Que o cachorro é o verdadeiro amigo do homem, isso todo mundo sabe. Mas até onde pode ir esse amor? No caso de um homem em situação de rua em Curitiba, ele sequer queria ser socorrido se não pudesse levar o cachorro junto. A situação aconteceu nesta segunda-feira (13) e o amor entre os dois amigos surpreendeu até mesmo os socorristas do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). O Samu foi chamado para atender o homem em situação de rua, no bairro Capão Raso, logo pela manhã. Quando a equipe chegou, o homem, de 59 anos, estava desacordado. Ao lado dele, estava Tito, um cachorro. Os enfermeiros do Samu se depararam com o cachorro entrando na ambulância para ficar ao lado do tutor, e o homem afirmou que só iria ao hospital se o cão fosse junto. Flávio Meira, enfermeiro do Samu, que estava no atendimento, acompanhou toda a situação e disse que o homem chegou a dizer que “preferia morrer do que deixar o cachorro” e toda a movimentação do cão e do dono comoveram a equipe. “O paciente dizia que só iria para o hospital se o cão fosse junto, teve um momento que disse ‘prefiro morrer, nós estamos há 11 anos juntos e somos inseparáveis’, e isso nos comoveu, porque a ambulância não pode transportar, e aí pedimos apoio à equipe da FAS (Fundação de Ação Social)” explicou Flávio Meira, enfermeiro do Samu.
Amigos separados Enquanto a equipe aguardava a chegada da FAS, Flávio relatou que o cachorro estava chorando e ficava dando voltas na ambulância.
Em um momento, abriram a porta do veículo e ele entrou, deitou ao lado do homem, e se acalmou. “Ele invadiu e ali se acalmou e não quis sair até chegada da FAS” relatou o enfermeiro. De acordo com o enfermeiro Flávio Meira, o homem foi levado para o Hospital do Trabalhador e o cachorro para a FAS. Ainda não se sabe se os dois vão voltar a ficar juntos ou não.
Felipe Valente é estagiário de jornalismo e produz com supervisão do jornalista Lucas Sarzi.