Foi inaugurada nesta segunda-feira, 5 de maio, a 10ª unidade do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), em Umuarama, no Noroeste do Paraná. Vinculado ao Ministério Público do Estado, o Gaeco é um dos principais instrumentos de enfrentamento ao crime organizado, à corrupção e ao controle externo da atividade policial. A nova unidade passa a integrar a rede de núcleos regionais já estabelecidos em Curitiba, Ponta Grossa, Londrina, Maringá, Foz do Iguaçu, Cascavel, Guarapuava, Francisco Beltrão e Paranaguá.
A cerimônia de inauguração ocorreu no Fórum de Umuarama e contou com a presença de diversas autoridades estaduais e municipais. O procurador-geral de Justiça, Francisco Zanicotti, celebrou a chegada da unidade como um avanço institucional no enfrentamento ao crime. “O Ministério Público do Paraná, em conjunto com as forças policiais do nosso estado, está inaugurando hoje a décima unidade do Gaeco. Com foco no combate ao crime organizado e à corrupção, o Paraná avança em benefício não só do próprio estado, mas também de todo o Brasil”, declarou.
Presenças e representações
Participaram da solenidade o chefe da Casa Militar, coronel Marcos Antonio Tordoro, representando o governador Ratinho Júnior; o secretário de Estado da Segurança Pública, Hudson Leôncio Teixeira; o comandante-geral da PM, Jefferson Silva; o coordenador estadual do Gaeco, Cláudio Rubino Zuan Esteves; e o promotor Guilherme Franchi da Silva Santos, que coordenará o novo núcleo. Também estiveram presentes representantes da Polícia Penal, Polícia Científica, Polícia Civil, Judiciário, OAB e o prefeito de Umuarama, Fernando Scanavaca.
Unidade estratégica para uma região de fronteira
A escolha de Umuarama para sediar o novo núcleo foi estratégica, considerando sua localização próxima à fronteira, região com histórico elevado de ocorrências de tráfico de drogas, contrabando e corrupção. Segundo dados da Secretaria de Estado da Segurança Pública, os registros de tráfico na região aumentaram 50% entre 2023 e 2024, saltando de 350 para 525 casos.
O coordenador estadual do Gaeco, Cláudio Rubino Zuan Esteves, destacou que a decisão foi construída de forma conjunta entre o MP, governo estadual e forças de segurança. “Identificamos que há uma criminalidade na região que exige atenção do Gaeco, além do distanciamento das demais unidades. Umuarama preencheu todos os requisitos estratégicos para essa ampliação”, explicou.
Foco em facções, corrupção e lavagem de dinheiro
De acordo com o promotor Guilherme Franchi, a nova unidade irá priorizar o combate às facções criminosas, à corrupção de agentes públicos, à lavagem de ativos e ao tráfico de drogas. “Era um anseio antigo da população e das autoridades do Noroeste. Hoje celebramos um importante avanço para garantir o direito à segurança pública e reforçar o enfrentamento ao crime organizado”, pontuou.
Até então, os crimes atribuídos ao Gaeco na região de Umuarama eram distribuídos entre os núcleos de Cascavel, Maringá e Foz do Iguaçu — todos já com grande demanda. Com a nova estrutura, o MP busca descentralizar e dar maior agilidade às investigações.
Abrangência regional e estrutura
O núcleo de Umuarama foi formalizado pela Resolução 2.183/2025 e terá atuação em 17 municípios da região: Alto Piquiri, Altônia, Cianorte, Cidade Gaúcha, Cruzeiro do Oeste, Goioerê, Guaíra, Icaraíma, Iporã, Loanda, Nova Londrina, Pérola, Santa Isabel do Ivaí, Terra Rica, Terra Roxa e Xambrê.
Histórico do Gaeco
Criado em 1994 como Promotoria de Investigação Criminal (PIC), o Gaeco assumiu seu atual formato em 1997. Desde 2007, a nomenclatura e atuação especializada foram oficialmente instituídas. O primeiro núcleo regional foi instalado em Londrina, em 1998. A participação de agentes das polícias Civil, Militar, Penal e Científica é regulamentada pelo Decreto Estadual 10.296/2014, reforçando a atuação integrada do grupo.
Com a inauguração da unidade de Umuarama, o Gaeco fortalece ainda mais sua presença no território paranaense, reafirmando o compromisso com a proteção da sociedade e o enfrentamento às redes criminosas que atuam no estado.
